quarta-feira, 24 de maio de 2017

Sobre o desenvolvimento chinês





José Luís Fiori

Engana-se quem pensa que a China nunca foi um estado expansionista. O poder é sempre expansivo, ainda que ele possa ter longos períodos de “adormecimento” ou “fragmentação”. Foi assim, em qualquer tempo ou lugar, durante toda a história da humanidade, independente da existência de economias de mercado, e muito antes da existência do capitalismo. E o mesmo aconteceu na história da China. Começando pelo próprio processo originário de unificação do império chinês depois de longos séculos de guerras e conquistas, durante o período dos “Reinos Combatentes”, entre os anos de 481 a.C e 221 a.C.. Resumindo a história, o primeiro império chinês nasceu da expansão vitoriosa de dois reinos situados no nordeste da China atual: o Estado Qin, que foi o grande vencedor da guerra e promoveu a unificação, e o Estado Han, que o sucedeu em 206 a.C e foi responsável pela construção de um império que durou 400 anos, período “dourado” da história chinesa. O Império Han depois estendeu sua influência à Coréia, Mongólia, Vietnã e Ásia Central, chegou ao Mar Cáspio e inaugurou a famosa “rota da seda”. Foi neste período que o império chinês concebeu o seu “sistema hierárquico-tributário” de relacionamento com povos vizinhos que aceitassem manter sua autonomia em troca do reconhecimento da superioridade da civilização chinesa. Um “modelo de relacionamento” que se transformou numa “rotina milenar”, dentro do mundo sinocêntrico, até meados do século XIX.

No século XIV, depois de um longo período de fragmentação territorial e guerras intestinas, a China viveu um novo processo de centralização do poder, sob a Dinastia Ming (1368-1644), que reorganizou o estado chinês e liderou uma segunda “era de ouro” nas artes, na economia, na filosofia, mas também nas conquistas territoriais e navais. De novo, a centralização do poder interno se prolongou no expansionismo externo, através da diplomacia, da guerra e do brilho exemplar da civilização confuciana. Durante a Dinastia Ming, a China reconquistou a Mongólia, a Coréia e o Vietnã, e impôs seu domínio ao Japão, Java, Brunei, Srivijaya, Sião e Camboja. Em 1424, o império suspendeu as expedições marítimas do Almirante Cheng Ho, mas foi apenas uma opção pelas conquistas terrestres, através das infinitas “fronteiras móveis” do império, por onde se multiplicou o seu território e a sua população, sem que ele tivesse que se afastar de suas linhas de suprimento estratégico, como ocorreu com os impérios marítimos europeus. 


No tempo em que a acumulação do poder se media em território, população, excedente econômico e capacidade de tributação, a China conquistou, em três séculos, mais do que o dobro do que foi conquistado pela Europa e seus impérios marítimos.

 E o mesmo veio a ocorrer mais tarde, com a Dinastia Qing, que governou a China entre 1668 e 1912, em particular durante o reinado do Imperador Ch´ien-Lung (1735-1799), quando a China duplicou seu território, conquistando o Tibet, Taiwan, e todo o oeste do atual território chinês, até o Turquistão. No caso dessas regiões, a conquista chinesa foi particularmente violenta e as terras conquistadas foram transformadas em colônias, numa posição inferior dentro do sistema de “círculos concêntricos”, como era concebido pelos chineses o seu “Império do Meio”, construído a partir do seu pináculo civilizatório, situado em Pequim.

Depois das duas “Guerras do Ópio”, em 1839-42 e 1856-60, a China foi submetida a um século de humilhações por parte das potências europeias [...]. Mas na segunda metade do século XX, a China voltou a centralizar seu poder interno, expulsou as potências coloniais, adotou o capitalismo como instrumento de acumulação de poder e entrou num novo período de crescimento econômico e expansão externa do seu poder e de sua influência civilizatória. E está reconstruindo o seu antigo “sistema hierárquico tributário”, dentro e fora do antigo mundo sinocêntrico [...]


Construa um vocabulário com as palavras sublinhadas do texto:


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Expansão marítima portuguesa

Atividade para os 8os. anos da E. M. E. F. Herbert José de Souza

Disciplina: História Prof. Camila



            Expansão Marítima Portuguesa

            Com a tecnologia naval desenvolvida no século XV, os portugueses começaram a explorar a África, estabelecendo uma série de entrepostos no litoral do continente. Em 1486, Diogo Cão contornou o Golfo da Guiné e chegou até o Rio Congo (atual Namíbia). Pouco depois em 1488, o navegador Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança, atingindo o extremo sul do continente africano. Uma década depois, Vasco da Gama chegou a Calicute, fundando o primeiro entreposto português na Índia. Foi também procurando outra rota atlântica para a Índia que, em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou às terras que mais tarde fariam parte do Brasil.

Razão econômica para o comércio a longas distâncias:
Para entender melhor a razão destas viagens ultramarinas ibéricas é necessário visualizar o contexto econômico europeu do século XV chamado de capitalismo comercial. Capitalismo Comercial é o sistema econômico cujo objetivo é o lucro, obtido mediante trocas comerciais a longas distâncias presente em uma sociedade que ainda não desenvolveu a industrialização.

Entre as razões que motivaram a empreitada portuguesa, destacam-se:
·                     O desejo de se apoderar do ouro da Guiné: Portugal era um dos poucos reinos da Europa que não tinham moeda nacional de ouro desde 1383. Uma das funções da moeda, além de servir como objeto de troca e como medida comum de valor, era garantir a credibilidade do dinheiro circulante, por isso simbolizava a riqueza (as reservas) de cada nação. Com o ouro vindo da África, em 1457, a Casa da Moeda de Lisboa retomou a cunhagem das moedas em ouro.
·                     A busca de especiarias orientais: A partir da década de 1480 os portugueses buscaram quebrar o monopólio veneziano do comércio de especiarias feito por terra.

Experiência portuguesa na China

            De acordo com K. M. Panikkar os mercadores portugueses não obtiveram o sucesso pretendido em solo chinês cuja família governante era a dinastia Ming. Segundo Panikkar:

O imperador, devidamente informado da chegada de Pires [mercador português], enviara-lhe, após o prazo de rigor uma salvaguarda para Pequim. Porém, ao mesmo tempo, a corte dos Ming recebeu informações não muito favoráveis aos portugueses; os sultões malaios haviam  solicitado socorro ao seu suserano contra os chegados; o sultão de Bitang, principalmente, pusera o governo de Pequim em guarda contra os portugueses, que, segundo dizia ele, dissimulavam sob seus trajes de comerciantes a espada do guerreiro e do conquistador. Chegara a fazer uma exposição completa dos métodos portugueses no oceano Índico. Embora levado assim à desconfiança, o imperador não se negou a receber o embaixador e, [...] fê-lo vir a Pequim. Durante o tempo que Pires levou para chegar à capital, os portugueses deram prova de que era impossível confiar neles. Simão de Andrade, irmão do almirante que trouxera Pires, [...] tinha simplesmente a intenção de instalar-se no país; desembarcou com um destacamento, começou a edificar um forte, e foi preciso que a frota chinesa entrasse em cena para que ele se retirasse. Ao saber das piratarias de Simão Andrade, o governo voltou atrás em sua decisão, recambiou o embaixador para Cantão onde ficou preso até a morte, em 1523. (PANIKKAR, 1977, p. 74)

            A empreitada expansionista portuguesa tinha o objetivo de lucrar mediante o comércio a longas distâncias. Embora fatores como a centralização do Estado, a união da classe detentora de capital com a monarquia portuguesa garantisse relativo sucesso nas costas africanas, o mesmo não ocorreu em solo asiático, o imperador chinês estava ciente dos procedimentos adotados pelos europeus ao desembarcarem nos solos estrangeiros. Cabe lembrar que o Império chinês estava há muito plenamente consolidado, impediu a rapina portuguesa.

Referências: ALVES, Letícia Fagundes de Oliveira. Conexões com a História. Volume I. São Paulo: Moderna, 2010.
PANIKKAR, K. M. A dominação ocidental na Ásia do século XV aos nossos dias. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

1. Construir um vocabulário com as palavras sublinhadas do texto:

Marcar com “X” a resposta certa:
2. Por capitalismo comercial entendemos:
A, (   ) Sistema socioeconômico baseado na propriedade privada, cujo objetivo é o lucro obtido mediante a produção industrial.
B, (    ) Sistema socioeconômico baseado na propriedade coletiva de bens, cujo objetivo é a redução das desigualdades sociais.
C, (     ) Sistema socioeconômico baseado na propriedade privada, cujo objetivo é o lucro obtido através do comércio a longas distâncias.

3. De acordo com o texto, uma das razões que motivou as empresas portuguesas às grandes navegações foi:
A, (     ) A acessibilidade para a navegação no Mar Mediterrâneo que ligava uma série de Impérios beira-mar.
B, (      ) A busca por metais preciosos sendo que a riqueza das nações estava baseada no acúmulo de ouro, prata, etc.
C, (      ) Nenhuma das alternativas.

4. Ainda de acordo com o texto, os portugueses estabeleceram entrepostos em pontos da costa africana. A alternativa que concorda com esta afirmação é:
A, (     ) Ao desembarcar em solo africano, os europeus adentraram o território em busca de seres humanos para a escravização e venda no continente americano.
B, (   ) Inicialmente os mercadores estabeleceram depósitos de mercadorias comercializadas no litoral africano.
C, (     ) Nenhuma das alternativas acima.

Responder com suas palavras:
5. Por que o Império chinês impediu que os mercadores portugueses estabelecem o comércio?

6. Explique o seguinte fragmento: “[...] segundo o sultão de Bitang os portugueses dissimulavam sob seus trajes de comerciantes a espada do guerreiro e do conquistador.”

7. Representar em quadrinhos a experiência portuguesa no solo chinês no século XV:

Completar:
8-9. Em 1486, Diogo Cão contornou o________________e chegou até o Rio Congo (atual Namíbia). Pouco depois em 1488, o navegador Bartolomeu Dias contornou o ______________________, atingindo o extremo sul do continente africano.

10. Vasco da Gama chegou a ____________, fundando o primeiro entreposto português na Índia.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Aborígenes Australianos





Wagner de Cerqueira e Francisco

     A Austrália é um país mundialmente conhecido por suas belezas naturais, pelo seu desenvolvimento econômico e pela qualidade de vida da população (atualmente apresenta o quarto maior Índice de Desenvolvimento Humano do planeta). No entanto, pouco se comenta da história dos primeiros povos habitantes do território australiano, os Aborígenes.

       Os Aborígenes são a população nativa da Austrália, habitavam a maior parte do território australiano, totalizavam aproximadamente 750.000 indivíduos, subdivididos em 500 grupos e com cerca de 300 dialetos diferentes. Esses grupos possuíam estilos de vida distintos e tradições culturais e religiosas próprias em cada região.

     Com a chegada dos colonizadores ingleses em 1758, deu-se início aos massacres das comunidades Aborígenes. Soldados ingleses visitavam as aldeias fingindo uma aproximação amigável, oferecendo presentes. Porém, outros soldados envenenavam com arsênio a água e os alimentos dos Aborígenes; várias pessoas, inclusive crianças, morreram em consequência do envenenamento.

     Os soldados ingleses destruíram locais considerados sagrados pelos Aborígenes. Também ofereciam bebida alcoólica à população local, e se aproveitavam do estado de embriagues para instigar confrontos entre as diferentes aldeias, fazendo com que eles mesmos se aniquilassem.

    Após proclamada a independência australiana, os Aborígenes passaram a sofrer com a discriminação da população de seu próprio país. Parte da população australiana considerava os Aborígenes como sendo parte da fauna e da flora, não havendo o devido respeito a esses indivíduos.

    Dentre as diversas perseguições sofridas por essa comunidade, se destaca a “The Stolen Generations”, uma tentativa de “limpeza étnica”. Homens, a mando do governo, invadiram as tribos e raptaram crianças, inclusive bebês; muitas foram retiradas de suas famílias, pouco se sabe a respeito do verdadeiro paradeiro delas.

      Atualmente os Aborígenes correspondem a apenas 1% da população australiana. Alguns vivem em aldeias no deserto, outros moram em bairros periféricos das grandes cidades. A maioria não consegue emprego formal e recebe auxílio do governo. Alguns conseguem contribuições da população, tocando nas ruas da cidade o didgeridoo, um instrumento de madeira que produz um som forte parecido com o apito de um navio. É comum encontrar pela cidade aborígenes embriagados, e muitas vezes envolvidos em confrontos com a polícia.

       Com o intuito de minimizar essa triste história, o governo australiano está desenvolvendo políticas antidiscriminação, e preservando as tribos Aborígenes que restaram, proporcionando a preservação das tradições desse povo.

Referência: 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueira. Aborígenes Australianos. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/aborigenes-australianos.htm> Acesso em 27/09/16.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Estudos Indígenas 8a Série/E.Fundamental Prof. Camila


Nativos brasileiros



A presente postagem contém informações provenientes de uma apresentação Power Point trabalhada em sala de aula com os alunos do 8º ano da E.M.E.F. Herbert José de Souza no Município de Alvorada. Cada item apresenta um slide.

    1 -   Lei 11645/2008:

Art. 1o  O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  10  de  março  de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

    2 - Grupos nativos brasileiros

A costa Atlântica foi, ao longo dos milênios, percorrida e ocupada por inumeráveis povos indígenas. Nos últimos séculos, índios de fala Tupi, bons guerreiros, se instalaram dominadores, na imensidade da área, ao longo da costa Atlântica pelo Amazonas acima, como subindo pelos rios principais, como o Paraguai, o Guaporé, o Tapajós, até as suas nascentes.



    3 - Matriz Tupi

Somavam, possivelmente 1 milhão de habitantes, divididos em dezenas de grupos tribais, cada um deles compreendendo um conglomerado de várias aldeias de trezentos a 2 mil habitantes. Portugal àquela época teria a mesma população ou pouco mais.
Cultivavam mandioca (sabiam extrair o ácido cianídrico), milho, batata-doce, feijão, tabaco abóbora, algodão, cuias, pimentas, abacaxi, erva-mate e o guaraná, entre outras.

     4 - Confederação dos Tamoios 1563 – 1567

    Tupinambás, Carijós, Goitacás e Aimorés.
Os Tamoios venceram diversas batalhas, destruíram a capitania do Espírito Santo e ameaçaram seriamente a de São Paulo. Mas foram enfim vencidos pelas tropas indígenas aliciadas pelos jesuítas.

    5 - Por que não formaram unidade política?

6 - Cada unidade étnica, ao crescer, dividia-se em novas unidades autônomas que, afastando-se umas das outras, iam se tornando diferenciadas e hostis.

    7 - Os índios jamais estabeleceram uma paz estável com o invasor, exigindo dele um esforço continuado, ao longo de décadas, para dominar cada região.
      
    8 - As culturas indígenas americanas

    As primeiras escolas indígenas surgiram no Brasil no século XVI, logo após a chegada dos portugueses. Naquela época, a educação escolar era pautada no princípio da catequização, orientada pelos missionários jesuítas.

     9 - O que é a Constituição de 1988?

  Constituição Federal. Lei fundamental e suprema do país, a Constituição da República Federativa do Brasil, foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Isto é, a Assembleia Constituinte, formada por deputados e senadores eleitos, escreveu e aprovou uma nova Constituição, que também pode ser chamada de Carta Constitucional.

   10 - Por que é importante que os direitos indígenas sejam previstos na Constituição?

    11 - Nativos americanos sulinos

   Minuanos e charruas: Caçadores, pescadores e coletores nômades pampianos. Seus sítios arqueológicos encontravam-se disseminados por todo o atual Uruguai, no sul das Missões e na atual Argentina, nos descampados dos Campos de Cima da Serra, no atual Rio Grande do Sul. Foram também encontrados sítios arqueológicos na margem esquerda do Rio Jacuí.


·        
   12 - Os caçadores e coletores exploravam os recursos naturais das zonas alagadiças e das regiões próximas do mar e das lagoas, onde se alimentavam com capivaras, emas, moluscos, pássaros, peixes, ratões-do-banhado e tatus.

Questões de vestibulares

1)(VUNESP) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:
a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosi.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.
d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.
e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.

Resposta: E

2)(FGV) Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:

a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do desenvolvimento humano;
b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores portugueses na agricultura não por preguiça, e sim porque não conheciam a agricultura;
c) os índios brasileiros falavam todos a chamada "língua geral" tupi-guarani;
d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham pesca abundante e muitos frutos do mar de conchas, que formaram os "sambaquis";
e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas variadas culturas e nações.

Resposta: E

3. (UFSM) "Esta terra, Senhor, é muito chã e muito formosa. Nela não podemos saber se haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal; porém, a terra em si é de muitos bons ares (...) querendo aproveitar dar-se-á nela tudo (...)". Esse trecho é parte da carta que Pero Vaz de Caminha escreveu, em 1500, ao rei de Portugal, com informações sobre o Brasil. Com base no texto, é correto afirmar:
a) Havia a intenção de colonizar imediatamente a terra, retirando os bens exportáveis para atender o mercado internacional.
b) Iniciava-se o processo de ocupação da terra, circunscrito aos limites do mercantilismo industrial e colonial.
c) Desde o princípio, os portugueses procuraram escravizar os povos indígenas a fim de encontrarem os metais preciosos.
d) Estava evidente o interesse em explorar a terra nos moldes do mercantilismo.
e) Era preponderante a intenção de estabelecer a agricultura com o trabalho livre e familiar no Brasil.

Resposta: D

Referências:

Questões de vestibular  - Brasil Indígena . Disponível  em <http://brasilindigena.blogspot.com.br/2008/11/questes-de-vestibular.htm>. Acesso em 15/09/16

MAESTRY. Breve História do Rio Grande do Sul da Pré-História aos dias atuais. Passo Fundo: Editora UPF, 2010.

PORTAL BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/governo/2010/01/constituicao. Acesso em 20/09/16.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Imagem 1, fonte: http://www.brasil-turismo.com/mapas/hidrovias.htm. Acesso em 15/09/16.

Imagem 2, fonte: http://www.brasil-turismo.com/rio-grande-sul/hidrografia.htm. Acesso em 20/09/16.


terça-feira, 2 de agosto de 2016

Estudos indígenas - História 8o. Ano Prof. Camila Bairros

Educação indígena em destaque


Professores indígenas já são a maioria nas aldeias. Agora, a luta é por uma melhor capacitação

Gustavo Sá. Disponível em <http://www.redeto.com.br/noticia-1860-professores-de-escolas-indigenas-participam-de-encontro.html#.V6EMJfkrLIU> Acesso em 02/08/16.

Iraci Paulina


       A preocupação com a Educação indígena no Brasil é recente. As leis demoraram para aparecer, surgiram avançadas, porém as ideias não foram totalmente concretizadas. "As reivindicações começaram pela terra e, nos anos 1970, foram incluídos nas discussões os problemas da saúde e do ensino", afirma Eneida Correa de Assis, professora da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA). Até o começo dos anos 1990, toda a política voltada para os povos indígenas estava concentrada na Fundação Nacional do Índio (Funai). Um decreto fez com que o ensino passasse a ser de responsabilidade do Ministério da Educação (MEC), que foi ajudando na criação de núcleos de Educação indígena nas secretarias estaduais e começou a pensar em diretrizes para uma política nacional para a área. 

      No final dos anos 1990, o direito a uma Educação bilíngue e intercultural já estava garantido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. 

     Os programas de formação de professores indígenas tiveram grande avanço. Há 15 anos, foi montado o primeiro curso específico, elaborado pela Funai em parceira com o governo do estado do Mato Grosso. O modelo prevê que os docentes frequentem a universidade em janeiro, fevereiro, junho e julho. Nos outros meses, eles ficam na aldeia. Isso diminuiu a rotatividade e o abandono da escola depois de formado. "Antes, os que iam para a cidade fazer um curso regular não retornavam", explica Elias Januário, coordenador da Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Atualmente 96% dos professores, diretores e coordenadores pedagógicos que atuam nas aldeias do Mato Grosso são índios". 

   O MEC, por sua vez, criou o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) em 2005, para os docentes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Médio. Atualmente, mais de 1,5 mil professores indígenas estão em formação em 23 licenciaturas oferecidas por 20 instituições de ensino superior. Por fim, está em curso no país a criação de 26 Territórios Etnoeducacionais (TEEs), um modelo de gestão que privilegia a territorialidade dos povos e não a divisão política do país. Afinal, muitos grupos que compartilham práticas culturais estão presentes em mais de um estado, o que dificulta a elaboração de políticas e a coordenação dos sistemas de ensino.

PAULINA, Iraci. Educação indígena em destaque. Disponível em: <http://novaescola.org.br/politicas-publicas/modalidades/educacao-indigena-destaque-618048.shtml> Acesso em 02/08/16.

Foto:
SÁ, Gustavo. Disponível em: <http://www.redeto.com.br/noticia-1860-professores-de-escolas-indigenas-participam-de-encontro.html#.V6EMJfkrLIU> Acesso em 02/08/16.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

História da Imprensa


Escola Municipal de Ensino Fundamental Herbert José de Souza

História - 8os Anos - Prof. Camila Bairros

AULA I




O espaço público como espaço para as ideias

Fragmento do artigo "Um passeio pela História da Imprensa:
O espaço público dos grunhidos ao ciberespaço" de Patrícia Bandeira de Mello
Compilado por Camila Geraldo Bairros

Somente no século XV foi produzido o papel maleável, permitindo a impressão dos livros de forma prática. Porém, apenas em 1840 o papel passou a ser produzido de resina das árvores, reduzindo o problema da escassez de material para a sua produção. O papel é fundamental para o início da produção de textos e da comunicação impressa, para romper com o estado de segredo das informações, antes controladas pelo Estado e pela Igreja. O espaço público gerou uma demanda pela troca de informações, intensificada cada vez mais pelo acesso da população à leitura e à escrita. A viabilização do papel foi o que permitiu uma outra descoberta, o tipógrafo.  
A reprodução de textos teve início com os copistas e os escribas, que, com o desenvolvimento da escrita, do pergaminho e do papel, puderam fazer cópias de textos religiosos, literários e filosóficos. Até a Idade Média, as informações eram restritas e controladas, mas com o ciclo das navegações e a expansão da atividade comercial, a partir do século XIII, veio a troca de mercadorias e também de informações. O crescimento econômico da época favoreceu o acesso à alfabetização, reduzindo cada vez mais a necessidade de que textos fossem lidos em público para a população iletrada. O acesso à leitura permitiu o questionamento e a inserção de diferentes grupos à esfera pública.
O que é esfera pública?
Para responder a esta questão, é necessário retomar um filósofo chamado Jurgen Habermas que viveu na Alemanha durante o século XX. Este teórico afirmava que a burguesia é todo o público que lê. Isto posto, dizia ele que uma burguesia leitora somada ao surgimento da imprensa cria as condições ideais para a formação de uma esfera na qual os sujeitos sejam capazes de construir e manifestar uma opinião sobre os assuntos de interesse geral. O sujeito só faz parte de uma esfera pública enquanto portador de uma “opinião pública”. Opinião pública engloba a informação e um julgamento sobre ela.  A opinião pública para Habermas teria uma função de importante para controlar o exercício do poder político.
No entanto, como os meios de comunicação não atendem a todos os segmentos sociais que desejam ou tentam participar do debate estabelecido na mídia, os grupos excluídos da esfera midiática são, por consequência, excluídos do espaço público. Ou seja, a imprensa favoreceu a “privatização do espaço público”. Porém, é interessante observar que sempre houve e possivelmente sempre haverá excluídos do espaço público, aqueles que por alguma razão não estiveram aptos a discutir e polemizar, seja por razões econômicas ou educacionais.
[...]

Referências:
MELO, Patrícia Bandeira. Um passeio pela História da imprensa – O passeio público dos grunhidos ao ciberespaço. Disponível em: < http://www.fundaj.gov.br/geral/artigo_passeio_historia_imprensa.pdf> Acesso em 31/05/16.

LOSEKANN, Cristiana. A esfera pública habermasiana, seus principais críticos a as possibilidades de uso desse conceito no contexto político brasileiro. Disponível em < http://pensamentoplural.ufpel.edu.br/edicoes/04/02.pdf>. Acesso em 07/06/16.

Atividades:
1.    Explique a seguinte afirmação com base nas discussões da aula: “O papel é fundamental para o início da produção de textos e da comunicação impressa, para romper com o estado de segredo das informações, antes controladas pelo Estado e pela Igreja.”
2.    Defina com suas palavras “esfera pública”.
3.    Com base no conceito de Habermas de “esfera pública”, responda: de que forma o acesso à leitura viabilizou a construção e a inserção de diferentes grupos na esfera pública.
4.    Apresente três notícias que você tem acompanhado na mídia e posicione-se diante delas.
5.    Com o auxílio do dicionário, diferencie informação, notícia e conhecimento.

Avaliação em grupos (4 ou 5 componentes):

A)   Pesquisar a história dos principais jornais em circulação em Porto Alegre e na Região Metropolitana, Zero Hora, Correio do Povo, Jornal Metro, Jornal do Comércio. Os grupos devem explanar sobre as principais características de cada periódico.

B)   Pesquisar a história das principais redes de comunicação do Rio Grande do Sul.
Cada grupo apresentará oralmente (opcional uso do projetor) em aula no dia 22/06/16.


AULA II

O livro e a imprensa, os novos condutores do pensamento

[...]
Gutenberg foi o responsável pela criação dos tipos móveis, com capacidade de impressão em papel, com uma tinta fabricada por ele. Uma série de obras começou a ser impressa, lançando também as bases para a publicidade impressa. Para Giovannini (1987, 111), “o livro, com tudo aquilo que contém, envolve interesses jurídicos, econômicos e comerciais, tanto mais relevante quanto mais se desenvolve o seu potencial de difusão popular”. É interessante observar que o livro passou a ser o novo fio condutor das ideias. Filósofos, intelectuais e poetas passaram a expressar seus pensamentos em livros, fazendo suas ideias circularem na sociedade de forma mediada.
Surgiram as primeiras impressões sobre a humanidade: as gazetas, com informações úteis sobre atualidade; os pasquins, folhetos com notícias sobre desgraças alheias; e os libelos, folhas de caráter opinativo. A combinação desses três tipos de impressos resultou, no século XVII, no jornalismo.[...]
O aparecimento dos jornais no final do século XVII e princípios do século XVIII fomentou um novo espaço público para o debate. De início, esses jornais eram dedicados a assuntos literários e culturais, mas a temática foi se alargando para questões de interesse social e político. Gerou-se uma demanda por essas informações, pois o público queria entender e participar do processo decisório das instâncias de poder. Nesse novo espaço público, a sociedade começou a obrigar o poder a justificar-se perante a opinião pública.
[...] Somente por meio dos livros, jornais, filmes e propagandas de rádio e TV vai se tornando possível o contato mediado com a história, mesmo a história recente. Livros, jornais e revistas transformam a civilização, promovendo a mudança da esfera pública e da cultura. As mudanças político-sociais são creditadas à circulação de impressos, o que favoreceu a Revolução Francesa e ascensão da burguesia. Os filósofos da época – Voltaire, Montesquieu e Rousseau – eram entusiastas da divulgação e da trocas de ideias. Formalizou-se o conceito de enciclopédia, que propunha reunir os conhecimentos acumulados naquele período. [...] Giovannini destaca que não sabe se foi a impressão tipográfica que promoveu o Renascimento ou se foi a corrente cultural que favoreceu a imprensa. O que é certo afirmar é que a circulação de ideias em grande escala estava presente durante as grandes mudanças sociais.

_ X_
É importante saber que:

- A partir da invenção da escrita, as cartas se tornaram a principal fonte de informações entre as pessoas, numa fase anterior à tipografia;
- No século XIX, têm início as primeiras inovações nos jornais. Nos EUA, o progresso da imprensa possibilitou a popularização do jornal sensacionalista, expondo na primeira página imagens e notícias de caráter extremamente violento. Os jornais norte-americanos já [continham]  as histórias em quadrinhos – seção humorística de grande sucesso até hoje.

Referências:


MELO, Patrícia Bandeira. Um passeio pela História da imprensa – O passeio público dos grunhidos ao ciberespaço. Disponível em: < http://www.fundaj.gov.br/geral/artigo_passeio_historia_imprensa.pdf> Acesso em 31/05/16.

Ampliando o vocabulário:
Apresente os significados das palavras abaixo:
a)    Jurisdição 
b) relevância   
c) jornalismo 
d) privatização
e) Filosofia 
f) intelectual   
g) pasquim 
h) libelo
i) processo  
j) Literatura   
k) política      
l) instâncias

m) poder