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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Governo lança edital de R$ 8 mi para estudos em igualdade de gênero


Pesquisadores terão acesso a R$ 8 milhões para elaborar estudos científicos e tecnológicos sobre igualdade de gênero, violência contra a mulher, instrumentos de ação do Estado, feminismo, entre outros. O aporte foi anunciado nesta quinta-feira, no lançamento da quarta chamada do Edital Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos, no âmbito do Programa Mulher e Ciência, que visa a estimular a produção científica, a reflexão crítica sobre as desigualdades e a sensibilização da sociedade. Essa é a primeira linha de financiamento específica para estudos no campo do gênero.
O edital foi lançado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Dos R$ 8 milhões disponíveis, R$ 3 milhões são do MCTI, R$ 3 milhões da SPM e R$ 2 milhões do MDA.
Segundo o edital, estarão disponíveis duas linhas de financiamento de pesquisas. A primeira, que corresponde a 25% do total, irá para acadêmicos com doutorado concluído há menos de cinco anos, no valor de até R$ 50 mil. A segunda, 75% do total, será destinada a doutores com o título há mais de cinco anos.
Os interessados terão até o dia 14 de novembro para apresentas as propostas ao CNPq. Os resultados serão divulgados a partir da segunda quinzena de dezembro. A bolsa para pesquisa será concedida aos pesquisadores em duas parcelas, dependendo de previsão orçamentária. Dúvidas podem ser tiradas por e-mail chamada.genero2012@cnpq.br.
"A questão de gênero tem de transversalizar a atuação de vários ministérios e não ser concentrada só na secretaria SPM, que deve ser um ponto impulsionador. Sabemos que se deixarmos para os ministérios pensarem sobre as políticas públicas para as mulheres, isso não tomaria o lugar importante que tem de ser tomado, informou a ministra da SPM, Eleonora Menicucci.
Segundo ela, a secretaria estará empenhada, ainda, em incluir o tema de gênero no Programa Ciência sem Fronteiras, que promove a oportunidade a estudantes brasileiros de cursarem universidades no exterior. "A discussão sobre esse tema faz com que nós saiamos do nosso lugar de conforto para pensar e introduzir novas questões e temáticas, que, na verdade, já são velhas. As mulheres são 52% da população e mãe da outra metade", disse.
De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, o objetivo do financiamento, além de estimular a produção científica, é o de promover a participação da mulher na pesquisa e em carreiras acadêmicas. "Esperamos que esse edital gere riqueza de conhecimento e possibilite a elaboração de novas políticas públicas em todos os âmbitos da administração pública'', explicou.
O lançamento do edital ainda contou com a participação do ministro do MCTI, Marco Antônio Raupp, e do secretário executivo do MDA, Laudemir André Müller.

Fonte: Terra

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Quase 80% dos doutores ficam na universidade, diz presidente do CNPq

Luna D'Alama Do G1, em Goiânia (GO)
 
Uma pesquisa recente feita pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o cruzamento de CPFs cadastrados no registro de empregos, revela que 77% dos doutores brasileiros continuam na universidade depois de formados.
A informação foi dada pelo presidente da fundação, Glaucius Oliva, na última terça-feira (12), durante reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia.

Outros 11% dos doutores brasileiros atuam na administração pública, após serem aprovados em concursos. Já a indústria de transformação concentra 1,4% do total; a indústria extrativa, 0,42%; empresas agrícolas, 0,41%; a área de informação e comunicação, 0,23% e a construção civil, 0,22%.
Os demais têm o próprio negócio ou estão distribuídos por setores mais segmentados. "Formamos doutores, mas eles não vão para o serviço privado", afirmou Oliva.

No ano passado, 12 mil doutores e 40 mil mestres se graduaram no país. Mas, no ranking de doutores por mil habitantes, o Brasil, com 1,4, fica muito atrás da Suíça (23), da Alemanha (15,4) e dos EUA (8,4). Além disso, enquanto a China reúne 30% dos formados em áreas como engenharia e tecnologia, o Brasil tem apenas 5%.
"A ciência é uma atividade muito recente na nossa história. A pós-graduação foi criada apenas na década de 1960, e chegamos aos anos 1980 com menos de 0,5% de toda a ciência produzida no mundo", disse o presidente do CNPq.

Na opinião dele, se o país chegou a um estágio avançado de desenvolvimento na agricultura e na produção de alimentos, foi graças à melhoria tecnocientífica, com participação especial da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, e de outros colégios agrícolas.

"A Petrobras, por exemplo, só é o que é porque investiu em tecnologia para a extração de petróleo e gás. A economia brasileira, como um todo, só conquistou o atual sucesso por apostar em C&T", afirmou Oliva.
Ele ressaltou que o Brasil precisa de importar tanto e produzir mais nacionalmente. "Até estetoscópio a gente compra de fora", disse. Outro ponto criticado foi sobre o foco da ciência, que por muito tempo se baseou nela mesma. "Mais do que olhar para si e concorrer a prêmios e bolsas, as pesquisas têm que se voltar para o país. É possível fazer ciência de alta qualidade, com publicação nas maiores revistas do mundo, e mesmo assim prestar atenção nas questões internas", apontou.
 
60 anos
 
O CNPq, que completou 60 anos em abril, tem atualmente 90 mil bolsistas e 64 mil projetos em vigência, além de 75 mil projetos para serem julgados. Destes, cerca de 20% são aprovados.
De 1985 a 2000, as bolsas de estudo consumiram 92% do orçamento total da entidade, segundo o presidente. Muitas delas são do tipo "sanduíche", em que o aluno matriculado aqui passa um tempo no exterior para complementar sua formação. O interesse estrangeiro no nosso país também tem crescido. "Não levam dois dias sem que nós recebamos uma delegação buscando cooperação com o Brasil", disse Oliva.
Ele destacou, ainda, que o CNPq e a SBPC estão na luta contra um projeto de lei que já passou por duas comissões no Senado para aprovar a contratação de professores universitários sem mestrado ou doutorado.

Fonte: G1