quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Meu Amigo, um Poeta, na Ilha...


http://poetadagarrafa.wordpress.com/

Escrever é difícil, pelo menos para mim. Geralmente, escrevo quando estudo, quando quero expressar uma opinião (o face é bom para isso, já o twitter é quase que um sussurro). Mas escrever poemas, escrever de forma artística, nunca escrevi, tentei algumas vezes, mas em certas ocasiões você vê que não é do ramo... Conheci o meu amigão Odilon nas nossas idas para a FAPA, ele pegava o ônibus no Parque dos Maias e íamos à faculdade. Logo depois ele foi "trampar" lá na Eletro Metalúrgica Atlanta, no setor de lavagem de peças metálicas. Ali, na indústria, na fábrica (a melhor Escola de Marxismo é a fábrica - a faculdade só serve para você ver realmente o quanto muitos "acadêmicos" ditos marxistas estão tão longe da práxis) conheci o meu primeiro poeta pessoalmente. Com suas histórias, causos, momentos de humanização num ambiente tão duro, tão frio, tão máquina... Num almoço coletivo, lá na mesa do Carlinos (lixador) é que se davam as contações e as declamações do nosso poeta metalúrgico... O poeta formou-se em História, mas queria mais, indo para a Ilha, onde vive até hoje. Dizem que ficou rico, que teve mais de uma vez S*** nos braços, outros dizem que reencontrou a bicicleta que fazia "adivinhação", mas somente para aqueles que se acham mais do que os outros...

Não sei se tudo isso é verdade, ou se são várias estrofes de poemas soltos que chegam à beira da praia, mas sei que ele está bem, e é isso que importa no final das contas. O resto são sonetos perdidos...

Abraços, irmão.

Mário e Camila

Um comentário:

  1. Caro Mário.
    Alegra-me e emociona-me imensamente ler essas palavras. A metalúrgica, as pessoas que lá conhececemos, nossos colegas de trabalho, grandes companheiros muitas vezes de poucas letras mas com humanidades inigualáveis. Lembro do Sr. Walter num dos nossos almoços - "Eu não sei ler Odilon, mas compro teu livro se tiver um para vender, para te ajudar...". Lembro-me que costumavas dizer Mário ao sentar-se à mesa conosco - "Chegou a melhor hora do dia".
    Era a nossa hora de compartilhar o que tínhamos trazido para comer, lembras das conservas de cebolas agridoces da minha mãe? Vinham colegas de outras mesas pegar algumas muitas vezes.Poderia aqui escrever muito mais, mas é apenas um comentário. Grato pela tua amizade, seguimos em frente, lutando sempre.
    Felizmente agora não é preciso descarregar um caminhão de chapa 12 na hora do almoço, mas alguém está lá fazendo isso, alguém como nós meu amigo.
    Abraços do poeta da garrafa.

    ResponderExcluir