quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

2010: o ano da Leitura em minha Vida

        O ano de 2010 foi o ano da leitura na minha vida, uma vez que encontrei na leitura um sentido novo na busca da Liberdade. Aliás, essa relação foi descoberta posteriormente numa aula da Professora Maria Cristina, no último semestre do Curso Técnico em Biblioteconomia, quando discutíamos alguns aspectos da leitura e, entre eles, surgiu esse aspecto: a busca da Liberdade por meio da Leitura.

        Todos nós temos dentro de si um imenso espaço vazio a ser explorado. A Leitura permite o início de uma medíocre compreensão daquilo que não entendemos e também nos ajuda a entender melhor os outros, as suas angústias e as suas melhores qualidades. A minha busca de Liberdade começou em 2009, quando da minha preparação para o Vestibular da UFRGS. Tudo começou com a leitura das Leituras Obrigatórias para o Vestibular 2010. Doze livros, doze questões garantidas, mas que não poderiam ser feitas em doze meses, pois esse tempo ninguém que se disõe a fazer o vestibular tem, até porque a lista das leituras saí em março, abril referente ao concurso do ano seguinte. Ali começou a mina busca por liberdade; e a Leitura tornou-se uma ferramente extremamente eficaz.

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Entretanto, foi um aprendizado duro, pois eu até tinha o gosto pela leitura, sempre gostei de ler. Comecei a ler quadrinhos quando ainda era criança; depois quando fui para a escola lia muitos livros, mas ainda era muito cedo para entender essa relação entre  mim e a Leitura. Creio que isso começou quando li o meu primeiro livro sério, esses livros que você lê e depois se pergunta: “Nossa, como eu não tinha percebido isso antes? Como tudo isso acontece na minha cara e eu não vi?” Às vezes, parece que levamos uma grande bofetada na face; ficamos escandalizados, desnorteados. O primeiro livro que causou isso em mim foi Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Uma verdadeira obra-prima da literatura brasileira, há quem diga que ele é o escritor brasileiro o qual mais assemelha-se a Machado de Assis.
       
        O romance é extremamente árido, seco, como o próprio ambiente em que se passa a história. O drama da família da Fabiano é incrivelmente dolorida, me retratando toda a dificuldade de milhões e milhões de brasileiros retirantes da zona da seca nordestina em busca de sobrevivência, em busca de liberdade. Esse livro foi o primiero instrumento de adequação da realidade que eu ouvia nos noticiários da televisão, mas aquilo não dizia nada para mim: um guri de 13 anos na 6ª série do ainda 1º grau. Esse romance me concedeu o início daquela medíocre compreensão daquilo que não entendemos e sabemos. Ler Vidas Secas abriu os meus olhos sobre a questão da Reforma Agrária no Brasil, a qual ainda não foi resolvida ainda em nosso país. O Presidente Lulla, apesar de ter sido o presidente mais popular da História do Brasil, não foi capaz de resolvê-la, devido a conchavos e negociatas administrativas. Entrou para a história dos presidentes, mas, na minha opinião, perdeu a oportunidade de entrar para a História.
       
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O 2º livro foi mais devastador: Revolução Cubana, de Emir Sader, também lido em 1994, na 6ª série. Aliás, dois livros muito perigosos para se ler em um ano. A Revolução Cubana, de Emir Sader, foi o livro o qual me despertou politicamente, pois antes de lê-lo, eu tinha uma dúvida: quem era o homem que aparecia em quase todas as camisetas de muitas pessoas, nos protestos que eu via na televisão. Então, surgiu uma tarefa escolar sobre Revolução Cubana. Bom, estava marcado o nosso primeiro encontro. Descobri o que foi a revolução e sua consequências, a sua imensidão desafiante em relação ao Império Norte-americano. Conheci a figura do Che e toda a sua filosofia de vida, a sua trajetória da Argentina até o México e a sua luta em Havana. Eduardo Galeano, poeta e escritor uruguaio o qual também adimiro muito, disse que quando conheceu Che, viu que el Comandante possui as três virtudes que todo o homem deveria ter: Pensar, Falar, e Fazer. Che foi um dos poucos homens que fez isso na América Latina. Muitos de nós apenas realizamos apenas duas delas, sempre deixando uma por fazer: pensamos e falamos, mas não fazemos; falamos e fazemos sem pensar; pensamos e fazemos, mas não dizemos.
        Ler só traz benefícios, nunca deixe de ler. Para mim, a Leitura tem o sentido da busca da Liberdade pelo seu exercício.

        E, para você, qual é o seu sentido da Leitura?

2 comentários:

  1. O sentido da leitura?! No meu ponto de vista, neste momento, talvez seja: Transformar ideias em possibilidades, possibilidades em atitudes, atitudes em realizações, realizações em quebra de paradigmas, em mudanças em possibilidades... talvez de "um outro mundo possível".

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  2. Também comecei lendo historinhas em quadrinhos desde pequena, tanto que gosto até hoje. No colégio os livros indicados nem sempre me despertaram vontade mesmo de ler, mas como sempre tive livros, sempre gostei, acabei por me encontrar nas livrarias e sebos, comprando todo tipo de livro, hehehe. Romances estão na minha lista de favoritos, mas no momento estou procurando reler os "clássicos" da nossa literatura. Então o que posso mais dizer... esse "passatempo" só tem me proporcionado uma mente muito mais aberta ao conhecimento, a todo tipo de cultura... um portão aberto à imaginação.

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