A Alemanha comemora, neste sábado, os 50 anos desde a construção do Muro de Berlim, quando o lado leste (comunista) fechou suas fronteiras, dividindo a cidade em dois durante 28 anos e partindo famílias ao meio.
A cerimônia em memória desse marco começou com a leitura dos nomes de 136 berlinenses que morreram tentando cruzar o muro.
O presidente alemão, Christian Wulff, disse que o muro é agora parte da história, e que o país está estabelecido em segurança como uma nação unificada.
A construção da barreira remete aos primeiros anos da Guerra Fria, quando Berlim Ocidental era o caminho escolhido por milhares de berlinenses orientais para fugir rumo à democracia do oeste.
Em resposta, autoridades da Alemanha Oriental construíram, na noite de 13 de agosto de 1961, uma muralha que rodeava totalmente o lado ocidental da cidade.
Pelas três décadas seguintes, Berlim se tornou um ponto de ebulição da Guerra Fria.
E, apesar de a barreira ter sido derrubada em 1989, é considerada até hoje um símbolo de divisões econômicas na Alemanha.
Cicatrizes
O correspondente da BBC na cidade, Stephen Evans, explica que o muro teve um impacto fortíssimo na cidade, deixando alguns de seus moradores abalados pela sensação de aprisionamento. Alguns guardam as cicatrizes psciológicas até hoje.
É o caso de Gitta Heinrich, que atualmente não tem muros ao redor de sua casa. A proteção de seu terreno é feita com árvores e arbustos, em vez de concreto e pedras. Dentro de casa, ela mantém as portas entre os cômodos sempre abertas. Nas ruas, evita espaços confinados em que haja multidões.
Gitta é da pequena vila de Klein-Glicenicke, nos arredores de Berlim, por onde passou o muro, transformando o local em uma ilha da Alemanha Oriental presa dentro de Berlim Ocidental.
Quando este foi derrubado, ela foi submetida a uma consulta médica, porque se sentia ansiosa e angustiada. Seu diagnóstico: “Mauerkrankheit”, ou “doença do muro”.
‘Dia mais triste’
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, declarou que, apesar de o muro ter ficado para a história, “não devemos esquecê-lo”.
Em uma cerimônia em Bernauer, rua que ficou conhecida por ter sido dividida pelo muro (e que hoje abriga um memorial), ele disse que a cidade está relembrando neste sábado “seu dia mais triste na história recente”.
- É nossa responsabilidade comum manter vivas as memórias e passá-las adiante às próximas gerações, para manter a liberdade e a democracia e para evitar que injustiças não voltem a ocorrer.
Fonte: Correrio do Brasil
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