Leonard Mlodinow cita escritores famosos, que tiveram até 26 recusas antes de brilhar, para defender que persistência é grande fator de sucesso
Leonard Mlodinow |
O físico norte-americano Leonard Mlodinow, 56 anos, é um produto do acaso, ou da sorte. Ele só nasceu porque seu pai foi um improvável sobrevivente de campo de concentração nazista na 2ª Guerra Mundial e perdeu a mulher e os dois filhos durante o conflito. O velho Mlodinow esteve a um instante de ser assassinado após, faminto, roubar um pão na padaria do campo de concentração – por algum motivo, salvou-se e foi designado para a padaria. Acabada a guerra, emigrou para os Estados Unidos, onde se uniu a uma moça judia, refugiada.
"Se não fosse pela guerra, meu pai nunca teria emigrado para Nova York, nunca teria conhecido minha mãe, também refugiada, e nunca teria gerado a mim e aos meus dois irmãos", escreve.
É justamente o acaso, ou a aleatoriedade, o tema de “O Andar do Bêbado” (Zahar, R$ 42 nas livrarias e R$ 34,50 na Bienal do Livro), best-seller escrito por Leonard Mlodinow, que usa as probabilidades para explicar como muitos dos acontecimentos que mudam a nossa vida acontecem sem uma lógica clara. O físico está no Rio para a Bienal do Livro, para participar de um café literário nesta quinta-feira (8). O livro já vendeu 200 mil exemplares nos EUA e cerca de 100 mil no Brasil.
De acordo com Mlodinow – autor de cinco livros, mais dois no prelo –, “o acaso afeta tudo que você faz e muda muitos e importantes momentos de definição em sua vida”.
O físico escritor cita casos como o da escritora J.K.Rowling, que teve o primeiro livro Harry Potter recusado por nove editoras, e John Grisham, de “A Firma”, cujos manuscritos foram rejeitados 26 vezes, para afirmar que frequentemente o aleatório faz com que a arma que nos resta seja a persistência. “É por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto – o conjunto das pessoas que não desistem”, diz, no livro.
Citando Thomas Watson, ele diz que “se quiser ser bem-sucedido, duplique a sua taxa de fracassos”. É matemática, ou probabilidade: quanto maior o número de tentativas, maiores as chances de se conseguir algo.
Usando as leis de probabilidades, mostra como estava errado um exame de sangue que o apontou como HIV positivo em 1989, embora não fizesse parte de nenhum “grupo de risco”. Tomando por base o fato de que ele estava fora de qualquer grupo de risco e de que apenas 1 a cada 10.000 homens brancos heterossexuais não-usuários de drogas tinha HIV, chegou à conclusão de que havia apenas 1 chance em 1000 de que estivesse contaminado, e não o contrário.
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