Milhares de japoneses prestam homenagem aos 60 anos do bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki, em 2010 |
Em 2010, o bombardeamento às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki completou 60 anos. Representantes de 74 países, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e autoridades políticas, reuniram-se no Memorial da Paz, em Hiroshima, para prestar homenagem às vítimas do ataque norte-americano. Às 8h15, a multidão que acompanhava a cerimônia fez um minuto de silêncio.
Nesta exata hora, no dia 6 de agosto de 1945, o avião norte-americano Enola Gay lançou sobre a cidade a bomba atômica Little Boy, que continha 50 kg de urânio 235, com potencial destrutivo equivalente a 15 mil toneladas de TNT. Hiroshima era um centro de comunicações, um ponto de armazenamento, e uma zona de reunião para as tropas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial. Como a cidade era um dos principais pólos industriais do país e os funcionários iniciavam seu expediente às 8h, a tragédia foi ainda maior: estima-se que, no momento em que a bomba atingiu o solo, cerca de 140 mil pessoas tenham sido mortas.
Três dias mais tarde, foi a vez de Fat Man atingir Nagasaki, importante porto japonês. Apesar de mais potente do que a bomba lançada sobre Hiroshima, a situação geográfica montanhosa da cidade, reduziu o poder destrutivo da arma que acabou matando 80 mil japoneses - a maioria deles, civis. Além das vítimas instantaneamente atingidas, há milhares delas que posteriormente não resistiram à exposição à radiação ou que carregam algum tipo de efeito colateral.
Em termos políticos, o efeito foi a rendição do Japão na semana seguinte, e a assinatura do armistício que pôs fim à Guerra no dia 2 de setembro.
Medidas do governo
Na época da guerra, em Hiroshima, ficou estabelecido que os postos policiais pagariam indenizações aos habitantes que sofressem ataques aéreos. Em 1957, o governo japonês estabeleceu a Lei de Suporte às Vítimas da Bomba Atômica, que concedia tratamento médico para aqueles que foram expostos de alguma forma à destruição e à radiação. Com a aprovação de emendas, o pagamento de pensões mensais em dinheiro também foi estabelecido.
No Japão, evita-se o uso do termo sobrevivente, em respeito aos mortos. Emprega-se a palavra “hibakusha”, que significa literalmente “pessoa afetada pela radiação”.
Atualmente, os “hibakusha” possuem uma caderneta de saúde, que lhes dá direito à assistência médica e às indenizações.
Em 2008, a Corte de Hiroshima ordenou o pagamento de mais de um milhão de ienes (cerca de US$ 15 mil) aos familiares de dois sobreviventes japoneses que viviam no Brasil.
De acordo com dados do Ministério da Saúde do Japão, 240 mil japoneses possuem a carteira de identificação de vítima atualmente. Sua idade média deles ultrapassa os 72 anos, e cerca de 8 mil morrem anualmente.
Pontos de vista
A opinião prevalecente nos EUA é de que os bombardeios anteciparam em alguns meses o término da guerra, salvando assim muitas vidas. Já a opinião entre os japoneses é de que os bombardeios foram uma tragédia desnecessária, uma vez que a preparação para a rendição já estava em progresso em Tóquio.
Logo após o ataque, o governo do presidente Harry Truman restringiu a circulação de imagens de Hiroshima no país e criou a Unidade de Pesquisa Estratégica de Bombardeio dos Estados Unidos, formada por civis e militares, para estudar o alcance da devastação na cidade japonesa.
A Divisão de Danos Físicos do grupo registrou em imagens o impacto da explosão nos edifícios e materiais de construção em Hiroshima. A partir da análise destas fotos, o governo americano esperava desenvolver projetos arquitetônicos de defesa civil para o país. Mais de mil imagens foram feitas a pedido do governo, e cerca de 800 foram incluídas em um relatório confidencial sobre os efeitos da bomba atômica. Posteriormente, as descobertas da expedição foram usadas por arquitetos e engenheiros civis americanos na construção de abrigos anti-bombas.
Energia Nuclear
Como parte das atividades de tributo aos 60 anos do lançamento das bombas atômicas, o Museu do Memorial da Paz expôs parte da correspondência trocada por Albert Einstein e Seiei Shinohara, tradutor. Em carta de 1953, Einstein afirma para Shinohara que sempre condenou o uso de bombas atômicas contra o Japão, mas não pode fazer nada para prevenir a tragédia de Hiroshima e Nagasaki.
- O único caminho sensato para um mundo mais seguro é o fim das armas de destruição em massa. Enquanto existirem armas atômicas, viveremos sob uma sombra nuclear, enfatizou Ban Ki-moon durante seu discurso no evento, em 2010.
Fonte: Correio do Brasil
Para reflexão: Então os EUA ataca o Japão com uma bomba atômica e o própio Japãoé quem PAGA as indenizações às vítimas????
ResponderExcluirMe ajudem: houve indenização por parte dos EUA aos ataques do 11 de setembro de 2001???
Ah, sim, as indenizações foram buscadas no Oriente Médio...
É por isso que eu amo História: ela pode te oferecer um remédio amargo; mas nunca te engana...