Um dos principais problemas para a implantação de uma fábrica para a montagem no Brasil do computador tablet iPad, da Apple, é encontrar um sócio brasileiro capacitado, afirmou na segunda-feira o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Apesar dos esforços do ministério para garantir a instalação da fábrica, ainda há dificuldades no projeto incluindo fornecimento de energia, mão de obra qualificada e parceiros locais, disse Mercadante.
A expectativa oficial do ministério é que a taiuanesa Foxconn, que monta o iPad para a Apple, produza o equipamento até o final do ano na região de Jundiaí, no interior de São Paulo. IPhones e iPods também deverão ser fabricados em outra unidade industrial próxima.
- A negociação é bastante complexa, as condições de estrutura, tecnologia, energia, logística, é muito complexo – disse o ministro a jornalistas após falar em um seminário sobre inovação e tecnologia em São Paulo.
- Qual é a maior dificuldade? São os sócios brasileiros – disse ele durante sua apresentação. “É uma exigência ter sócios brasileiros, na área de tecnologia os sócios que nós temos não têm musculatura financeira para investimentos próximos a esse valor”, disse ele.
O valor a que ele se referia são os estimados US$12 bilhões que devem ser aplicados no empreendimento, mas ele acrescentou que não é “exatamente” esse valor a ser investido no projeto, mas um montante “próximo”.
Mercadante tentou afastar especulações de que a montagem local do produto pode ser adiada, afirmando que, apesar da complexidade do tema, as negociações estão “avançadas” e que está “otimista” com o resultado. Ele afirmou não poder dar muitos detalhes por ter um acordo de sigilo com as partes envolvidas.
O ministro disse ainda que o governo cumpriu a promessa de ter tablets feitos no país sob o novo regime de incentivos para a produção local do equipamento, citando como exemplo Samsung, Motorola e Positivo Informática –esta última que lançou oficialmente seu tablet semana passada.
Mais inovação
Uma das principais metas agora do ministério é atrair empresas para produzir telas sensíveis ao toque no Brasil, o que representaria um marco para o país, disse Mercadante.
Não há no Ocidente nenhuma fábrica desse tipo, apenas na Ásia, segundo o ministro. O governo também que atrair a iniciativa privada para fabricação de semicondutores.
O setor de videogames também está na pauta do ministério e na próxima terça-feira será anunciado um grande investimento na área de games no país, de acordo com Mercadante.
Fonte: Correio do Brasil
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