O Estatuto da Igualdade Racial foi um marco para o movimento negro. Sancionado em 20 de julho de 2010 pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe muitos benefícios para a comunidade e cultura afro-brasileiras. Mas toda grande transformação social inicia-se pela educação. É nessa área que a coleção história Geral da África, lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a cultura (UNESCO), vem dar uma grande contribuição.
Publicada em oito volumes e totalizando 10 mil páginas, a coleção conta a história da África a partir de uma visão de dentro do continente, usando uma metodologia interdisciplinar que envolve especialistas de diversas áreas do conhecimento. Seu conteúdo permite novas perspectivas para os estudos e pesquisas a respeito da África e agora está disponível para download, gratuitamente, no site da Unesco.
Lançada nacionalmente em dezembro do ano passado, a coleção foi produzida por mais de 350 especialistas, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. O lançamento da versão em português é fruto de uma parceria da UNESCO com o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em abril, acontece o lançamento regional, com uma série de eventos (ver quadro abaixo)
LEGISLAÇÃO – Para além da contribuição intelectual na desconstrução da imagem primitiva sobre a cultura africana que ainda domina o senso comum, a coleção história Geral da África constitui parte de um material que possibilita a execução da Lei 10.639, de 2003, que inclui, na rede de ensino pública e privada, a obrigatoriedade da temática “História e cultura Afro-brasileira”.
A inclusão do tema no ensino regular também é citada no Estatuto da Igualdade Racial (lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010), que dedica a segunda seção do Capítulo II à educação. Segundo o texto, “é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil”, a fim de resgatar “sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País”. Com a Coleção, os professores terão acesso a um material de qualidade para basear suas aulas sobre o tema.
REFERÊNCIA – Além de servir de fonte para a produção de material pedagógico voltado para as escolas, a Coleção é base para pesquisas de especialistas e profissionais de todo o mundo que, de alguma forma, lidam com a história do continente, bem como subsidia a formação de professores de diversas áreas do conhecimento.
A obra contribui para a disseminação da história e da cultura africana na educação, e também para a transformação das relações étnico-raciais no País. A intenção é fazer com que professores e estudantes lancem um novo olhar sobre o continente africano e entendam sua contribuição para a formação da sociedade brasileira.
Considerada o principal material de referência sobre o assunto, a coleção completa foi editada em inglês, francês e árabe e, pela primeira vez, tem seus oito volumes disponibilizados em português.
DISTRIBUIÇÃO – A Coleção da história Geral da África será distribuída pelo Ministério da Educação e estará à disposição dos interessados em todas as bibliotecas públicas municipais, estaduais e distritais; nas bibliotecas das Instituições de Ensino Superior, dos Polos da Universidade Aberta do brasil, dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, dos Conselhos Estaduais ou Distrital de Educação.
Os oito volumes estarão disponíveis para download nos sites da UNESCO.
Fonte: Portal da Capoeira
Será uma gafe muito grande da Instituição Organizadora do lançamento da obra se não houver lançamento no Rio Grande do Sul...
ResponderExcluirNosso estado não é somente formado por imigrantes 'Alemães e Italianos'... Também somos um povo com origens negras, com muito orgulho. Ou alguém teria a coragem de se esquecer do Episódio dos Lanceiros Negros da famigerada Revolução Farroupilha????
Ainda há tempo de consertar o erro...
Obrigado