Crédito da imagem: site Correio da manhã |
Cerca de 26,5 por cento dos portugueses e 21,5 por cento dos espanhóis considera que José Saramago é espanhol, sendo que os espanhóis dão nota mais favorável à sua obra que os portugueses, segundo um estudo divulgado esta terça-feira.
Os dados foram recolhidos na 3.ª edição do Barómetro de Opinião Hispano-Luso (BOHL), um projecto luso-espanhol que ouviu cidadãos dos dois países e analisou vários componentes do relacionamento ibérico.
Este ano os responsáveis pelo estudo incluíram perguntas sobre José Saramago e o peruano Mário Vargas Llosa, galardoado com o Nobel da Literatura 2010.
No caso do escritor português, o número de leitores da sua obra é maior em Portugal (35 por cento) do que em Espanha (26,8 por cento) mas, numa escala de zero a dez, os espanhóis dão melhor nota (8,44) do que os portugueses (8,14) a essa obra.
A confusão é muito maior no caso da nacionalidade do Nobel da Literatura.
Só 34,9 por cento dos portugueses considera que Saramago é português, sendo que 26,5 por cento o considera espanhol e 16,9 por cento que tem as duas nacionalidades. Cerca de 21,8 por cento não sabe.
No caso dos espanhóis, a maioria (41,1 por cento) não sabe, mas 21,5 por cento considera que é espanhol, contra 19,3 por cento que considera que tem as duas nacionalidades e 18,1 que diz que é português.
Também no caso de Vargas Llosa se notam diferenças, sendo que apenas 22,4 por cento dos espanhóis e 15,7 por cento dos portugueses o identificam como um escritor peruano.
Apenas uma minoria dos portugueses (6,6 por cento) contra 31 por cento dos espanhóis diz ter lido obras do Nobel da Literatura de 2010, sendo que são os portugueses que melhor consideram a sua obra: 8,44 valores contra 7,53 valores dos espanhóis.
O estudo foi realizado por Mariano Fernández Enguita (Universidade Complutense de Madrid) e por Salvador Santiuste Cué (CASUS, Universidade de Salamanca), tendo o apoio de Fernando Luís Machado e António Firmino da Costa, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) em Lisboa teve o apoio do CIES-IUL.
No total foram inquiridas telefonicamente 1.741 pessoas, com mais de 16 anos de idade -- 893 espanhóis e 848 portugueses -- com uma "amostragem aleatória estratificada por províncias (em Espanha) e distritos (Portugal).
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