sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ensaios Céticos, de Bertrand Russell


Sempre gostei de História, quem me conhece logo percebe essa disfunção; sim, disfunção, porque hoje em dia está tão difícil formar um entendimento do contexto atual, em relação ao que foi, o que é e ao que por vir está. E, nesse gosto pela História, sempre tive o interesse em saber como outras pessoas observaram, analisaram, perceberam certos fatos históricos. Por exemplo, I e II Guerras Mundiais: quais são as percepções, entendimentos de alguém quem testemunhou esses acontecimentos?

Nesse caso, a Literatura ajuda, mas sempre procurei algo mais próximo do real, sem a arte literária a qual envolve uma obra tal qual As Benevolentes, de Jonathan Littell. Assim foi a minha primeira aproximação com Ensaios Céticos, de Bertrand Russell. Esse filósofo nasceu em 1872 e viveu por quase cem anos, morrendo em 1970: ou seja, acompanhou grande parte dos fatos históricos mais marcantes do século XX.

O que mais impressiona em seus textos é a atualidade presente neles; pois o livro é uma coletânea de ensaios escritos em 1920, com temas bem complexos como Educação, Religião, Sociedade e Razão.

Ensaios Céticos é uma obra também escrita para nós: cidadãos do século XXI os quais herdaram um mundo, até de certa forma, sem sentido tal qual aquele transparece nas linhas de Ensaios Céticos.
Aliás, incerteza - sentimento esse bem presente em alguns textos, pois Russell questionou se naquele mundo de então ainda poderia haver Razão...

Duas observações sobre esse pensamento arrojado: em 1922, Russell já nos adianta, baseado em análise da sua conjuntura histórica que a China tornar-se-ia comunista dentro de 20 ou 30 anos. A China envereda pelo caminho comunista em 1945, ano da Revolução Chinesa.

A segunda observação: a Educação a qual Russell recebeu na escola possuía os mesmo defeitos de hoje pelas as quais a grande maioria de nós também passamos. Ensaios Céticos é um livro brilhante e esclarecedor, mas nos mostra o quão pouco avançamos em termos básicos de Humanidade como preconceito e respeito às diferenças, por exemplo.

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